7.12.08

Reunião promovida pela CIC para discutir o Duplica RS preocupa os vereadores.

O encontro com o Secretário Estadual de Infra-Estrutura e Logística, Daniel Andrade, teria sido realizado a portas fechadas. Durante a Sessão Ordinária, desta quinta-feira (04), o Presidente da Câmara Vereador Elói Frizzo/PSB comentou a reunião realizada ontem à noite, na Câmara de indústria Comércio e Serviços de Caxias do Sul, com empresários e o Secretário de Estado Daniel Andrade. Segundo o vereador, a reunião foi feita às escondidas, sem que membro nenhum da Câmara de Vereadores tenha sido convidado. O vereador mencionou o seu estranhamento com essa atitude da CIC. Segundo ele, foram feitas várias tentativas para agendar uma reunião entre vereadores caxienses e o Secretário Andrade. O fato é que todos os pedidos foram negados. Frizzo ainda demonstrou o seu estranhamento com as declarações do vice-presidente de comércio da CIC, Nelson Sbabo, em uma entrevista concedida à Rádio Caxias, na qual disse que o pedágio comunitário no Rio Grande do Sul é inviável. Para rebater a afirmação , o parlamentar apresentou um estudo elaborado pelo professor Dr. Luiz Klaring, da UFRGS. “Os pedágios comunitários com uma arrecadação menor conseguem um potencial de investimentos muito maior. Segundo o professor, os pedágios privados arrecadariam, nos próximos quinze anos, 9,3 bilhões de dólares e investiriam 1 bilhão. Em contrapartida, os pedágios comunitários teriam arrecadação de 3,57 bilhões e investimento de 2,6 bilhões. Penso que na reunião de ontem, se levou o secretário para conseguir a cumplicidade dos presidentes dos sindicatos para o Duplica RS. Esse projeto é um assalto à cidadania do Rio Grande do Sul”, enfatizou o vereador. O Vereador Marcos Daneluz/PT, ressaltou o inconformismo da Câmara Municipal e da população do Rio Grande com o Duplica RS. O vereador também repudiou a reunião feita às escondidas com o secretario Daniel Andrade, até mesmo sem a presença da imprensa. “Eu acho que já está na hora do Ministério Público Estadual tomar partido do povo do Rio Grande do sul, e defendê-lo do Duplica RS”, concluiu o vereador. O Vereador Mauro Pereira/PMDB disse que falta por parte do governo humildade e transparência ao lidar com a questão dos pedágios. Disse que o presidente da CIC, Milton Corlatti deveria ter chamado no mínimo um representante da Câmara Municipal para participar de reunião. “Essa reunião feita às escondidas foi uma 'maracutaia', os empresários precisam ficar ao lado do povo, não podem apoiar o Duplica RS”, enfatizou. O Vereador Deoclecio da Silva/PMDB disse que o caminho do governo estadual e do secretário Daniel Andrade é de se esconder da população. “Essa posição é assustadora, e uso a expressão do vereador Mauro Pereira, essa reunião foi uma 'maracutaia'. O povo não aprova a prorrogação dos contratos dos pedágios, por isso eles estão fazendo essas reuniões às escondidas”, setenciou o vereador. O Vereador Pedro Incerti/PDT disse que a população está tendo a oportunidade de conhecer a postura e os reais interesses da governadora yeda Crusius, disse ainda que a está faltando humildade ao governo em discutir abertamente o assunto da prorrogação dos contratos de pedágio. O vereador também demonstrou a sua indignação com o encontro promovido pela CIC. “A CIC deve no mínimo uma explicação para a população do que foi tratado nessa reunião, pois o povo têm o direito de saber”, reforçou o vereador. O Vereador Elói Frizzo disse que não sabe onde os deputados gaúchos vão buscar argumentos para justificar uma postura favorável à aprovação do Duplica RS. “Com esse projeto estaríamos comprometendo 4 ou 5 governadores que ficariam embretados com esses contratos, além desse projeto ser claramente inconstitucional”, afirmou o vereador. Para concluir, o Vereador Getulio Demori/PP disse que pelo seu andamento, o Duplica RS será aprovado contra a vontade da população. Para ele isso é muito preocupante. O Vereador Francisco de Assis Spiandorello, em seu espaço no Grande Expediente, prosseguiu falando do Programa Duplica RS. “Estamos diante de um projeto que é tão importante para o Estado, pois envolve outros mandatos futuros e toda a população gaúcha que deveria ser feito um plebiscito para o povo se manifestar se aprova ou não. A governadora não tem o direito de encaminhar este projeto futuro. Eu pertenço ao partido da governadora - o PSDB, o meu constrangimento não é porque existe o Programa Duplica RS, pois acredito que todo o projeto merece ser discutido, o que não concordo é que não haja consciência plena de quem vai votar. E lamento ainda a posição da Governadora e do Secretário Andrade, pois creio que o político, o agente público é vassalo da população e não senhor”, discursou o parlamentar. Spiandorello avaliou ainda que a Câmara de Indústria, Comércio e Serviço de Caxias do Sul errou em promover uma reunião fechada com o Secretário Estadual de Infra-Estrutura Logística, Daniel Andrade. “Mesmo sabendo que o poder econômico é muito forte em Caxias, ele não pode se desassociar da população e das representações políticas”, acrescentou. O tucano destacou ainda: “A pressa em votar este projeto e quanto a juridicidade dele vão fazer com que se levante muitas dúvidas por longos anos sobre este projeto. Não estou contra o Governo ou a Governadora. Estou contra o Duplica RS, pela forma como ele está sendo apresentado e colocado, e pela usurpação de um direito que é dos gaúchos: o de decidir. Não somos capazes de prever os resultados, já que não há parâmetros. Estão se levantando cortinas de fumaça sobre aquilo que deveria ser transparente, claro e líquido”.