16.3.09

Assembléia Legislativa ouve entidades e recebe sugestões para enfrentamento da crise.

Audiência Pública foi realizada na Câmara e propostas serão apresentadas dia 27, à Ministra Dilma Rousseff. Durante a segunda-feira (16), a Assembleia Legislativa, através do Fórum Democrático de Desenvolvimento Regional, realizou uma Audiência Pública para discutir propostas para solucionar a crise econômica mundial, como foco nas alternativas para a crise do Rio Grande do Sul. Autoridades, representantes de entidades e sindicatos lotaram o plenário da Câmara. Os trabalhos foram coordenados pelo Presidente da Comissão de Economia e Desenvolvimento Sustentável da AL, Deputado Heitor Shuch/PSB. Também participaram os Deputados Alceu moreira/PMDB, Paulo Azeredo/PDT, Luiz Fernando Schmitt/PT, Raul Pont/PT, Kalil Sehbe Neto/PDT e Marisa Formolo Dalla Vecchia/PT, além do Deputado Federal Ruy Pauletti/PSDB. O presidente da Câmara de Vereadores, Édio Eloi Frizzo/PSB, destacou a importância do encontro. “De fato é de extrema importância buscarmos alternativas para esta crise. As restrições são muitas, até em razão das dificuldades que os municípios enfrentam. Acredito que as grandes respostas estão na união. É muito dinheiro para os bancos e pouco dinheiro para produção. Temos que cobrar do governo federal aquilo que nosso Estado e nossa cidade merecem”. “Não estamos aqui para chorar a crise mas para construir alternativas e soluções para ela”, discursou o Presidente da Comissão de Economia e Desenvolvimento Sustentável Deputado Heitor Schuch. Após a abertura dos trabalhos, foi a vez das entidades se manifestarem e proporem soluções para enfrentamento da crise. O representante da Câmara de Indústria, Comércio e Serviços de Caxias do Sul Mauro Corsetti, criticou os elevados índices de juros pagos no Brasil. “Um dos problemas mais sérios que vem ocorrendo são justamente os gastos com juros, tanto na área privada como no setor governamental. Os setores que vem avançando são os bancos e os governos. Quem vem perdendo são os trabalhadores e os empresários. Precisamos manter e ampliar a atividade econômica, justamente o contrário do que vem sendo feito no Brasil”. O representante da Central dos Trabalhadores Brasileiros, Guiomar Vidor, concordou com a explanação de Mauro Corsetti. “Esses debates demonstram que na verdade a sociedade brasileira está preocupada com este momento, um momento muito ruim do ponto de vista dos direitos e interesses dos trabalhadores. Precisamos implementar politicas que estimulem a retomada do desenvolvimento econômico. Além disso, é necessária uma redução drástica na taxas de juro”. O representante da FIERGS, Getulio Fonseca, teme o aumento do desemprego no Estado.“Estamos procurando soluções na tentativa de manter os empregos, mesmo que isto tenha algum custo para o trabalhador e para a empresa. Terminamos o ano com 1.961 empregos positivos mas isso vem sendo corroído dia-a-dia”. “Nossas propostas são basicamente redução de juros, maior investimento público, criação de um plano de obras públicas, que vá muito além do que a governadora apresentou no último período”, apresentou o representante da CUT Celso Woyciechowski . O representante da Força Sindical Luiz Carlos Barbosa enfatizou a urgência de políticas de apoio aos agricultores e pequenos produtores, com o intuito de se evitar o aumento do êxodo rural.”Defendemos a redução de juros e apoio aos pequenos produtores para que eles possam produzir cada vez mais, gerando renda. Caso contrário a crise será maior e o pequeno agricultor acabará deixando o campo e vindo para as periferias da cidade” O Reitor da Universidade de Caxias do Sul (UCS), Izidoro Zorzi, sugeriu aos governos federal e estadual, o aproveitamento das Universidades existentes para sediar cursos das universidades públicas. Como exemplo citou a UCS que possui um terço de sua capacidade ociosa e que poderia perfeitamente ser melhor aproveitada.”Ao invés de criarem uma estrutura própria poderiam ocupar as dependências das instituições existentes, cortando seus custo pela metade”. Conforme Zorzi, as Universidades já possuem bibliotecas, laboratórios, corpo docente e toda a estrutura necessária, que poderiam ser melhor aproveitados pelos cursos universitários públicos, com o custo somente da locação dessa estrutura. Entre as propostas explanadas destacou-se a redução de juros,a importância de um maior incentivo no setor de desenvolvimento econômico e da agricultura. Outras duas Audiências estão agendadas. Uma no dia 19 de março na cidade de Não-Me-Toque e outra em Pelotas no dia 23. O somatório das propostas para combater a crise, recolhidas nas três macro-regiões, será apresentado no dia 27 de março em Porto Alegre para a Ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff e para o governo do Estado do RS.