7.5.08

Os funcionários dos Correios se pronunciaram na Sessão de 06 maio para relatar, novamente, os problemas que vêm sendo enfrentados pela classe.

O diretor regional do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas Postais, Telegráficas e Similares do Rio Grande do Sul, Gilvan Hoffmann, explicou que uma das principais reivindicações é o benefício do adicional de risco e solicitou o apoio dos parlamentares pela causa. “A comunidade não tem noção do que é o adicional de risco, um benefício que o Ministério das Comunicações concedeu como reconhecimento ao carteiro que está exposto a assaltos, cachorros, chuva, sol e frio. Hoje, as agressões vêm dificultando a questão do trabalhador estar no bairro, na periferia realizando a entrega. Temos sobrecarga nas articulações, sofremos de depressão, entre outras doenças ocupacionais. Por isso, a Sintect vem pedir apoio da Casa para que seja feita uma pressão para que esse adicional esteja na folha de pagamento. O prazo era de 90 dias, mas já se passaram 45 dias”, ressaltou.
Vital Barbosa, diretor da Secretaria de Saúde do Trabalhador do Sintect, justificou porquê o serviço está tão ruim hoje em dia. “Recebemos muitas reclamações de contas atrasadas ou do não recebimento de correspondências. Os Correios têm mais de 30 anos de reconhecimento, conta hoje com mais de 110 mil trabalhadores e, pode-se dizer, que é uma empresa de credibilidade. Mas nos é exigido muita coisa e não nos são oferecidas mínimas condições para a realização do nosso trabalho. Ganhamos um salário e meio, até dizem que os funcionários públicos são ‘marajás’, mas não é verdade. Estamos sendo castigados por essa última administração”, enfatizou.
Barbosa ainda chamou a atenção para o problema da falta de participação de todos os funcionários nos lucros da empresa, denunciando a gestão da ECT (Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos). “Para vocês terem uma idéia, eu ganho quinhentos reais. Nós carregamos peso durante todas as horas de trabalho, sofremos com o tempo, com assaltos, pois carregamos cheques e cartões de crédito. Não é justo com nós, trabalhadores, que passamos por tudo isso, não termos grande Participação nos Lucros e Resultados (PLR) da empresa, sendo que a nossa gerência recebeu até quarenta e dois mil reais. Nós temos tentado conversar, mas eles não são nada democráticos conosco. Por isso, viemos pedir para que vocês, Vereadores, cobrem da gestão, façam com que eles sejam mais democráticos, questionem a empresa e não os carteiros. Precisamos dessa ajuda. Vamos fazer um processo muito grande e denunciar, afinal um cachorro nos mordendo era romântico, hoje os nossos próprios colegas nos “mordem” lá dentro”, reforçou.
Os Vereadores que se manifestaram, mostraram-se solidários à causa dos trabalhadores dos Correios e prometeram ajudá-los com o que for possível. “Foi muito esclarecedora a vinda de vocês hoje aqui. Vocês deixaram bem claro por parte de quem os problemas vêm acontecendo. Certamente iremos ajudar levando a demanda às pessoas que devem ouvi-la. Esse é um clamor que é importante que se defina”, declarou Deoclecio da Silva/PMDB.
O Vereador Mauro Pereira/PMDB disse: “A empresa dos Correios é o orgulho de todos nós. Infelizmente, ela está passando por esse momento ruim. Mas, coloco-me à disposição para ajudá-los, para que possamos fazer com que a verdade seja estabelecida”.
“Não quero desmerecer os demais funcionários públicos, mas o dos Correios são os “patinhos feios” da área pública. Teríamos que encaminhar uma Moção à direção da empresa em apoio a essa causa”, propôs Pedro Incerti/PDT.
O Vereador Alfredo Tatto/PT manifestou-se: “Esperamos que o Ministro das Comunicações, além do belo trabalho da TV digital que vem realizando, se preocupe com as outras áreas da comunicação. Seremos favoráveis a essa Moção proposta, para que alcance todos os setores dos Correios”.
“Quero louvar os funcionários que estão percorrendo as demais Casas Legislativas por essa luta. Fico preocupado com as pressões que os carteiros estão sofrendo, trabalhando muito e ganhando pouco”, declarou Francisco Spiandorello/PSDB.
A Vereadora Ana Corso/PT afirmou: “Quero falar como companheira. Sou completamente favorável a tudo o que foi falado por vocês hoje. Estaremos assinando a Moção. Acho que é importante lutarmos”.
“Várias pesquisas de qualidade sempre levaram o nome dos Correios e, de uns tempos para cá, essa credibilidade está caindo. Foi muito bom vocês esclarecerem que é problema de gestão. Vamos tentar fazer de tudo para resgatar essa credibilidade”, garantiu Edson da Rosa/PMDB.
O Presidente do Legislativo, Vereador Edio Elói Frizzo/PSB, agradeceu a vinda dos trabalhadores e disse que a Casa tem consciência dos problemas enfrentados e continuará lutando para saná-los. “Somos solidários à luta de vocês. Fica delegado ao Vereador Pedro Incerti para que seja feita, então, uma Moção de apoio e solidariedade à luta de vocês. Esse é interesse nosso também, afinal queremos um serviço de qualidade”, finalizou. Fonte: Imprensa Câmara Caxias