13.11.08

Reunião aberta aponta soluções para superlotação e outros problemas de abrigamento.

Comissão de Direitos Humanos promoveu encontro para defender melhor atendimento à criança e adolescente em situação de abandono na cidade. A Comissão de Direitos Humanos, Cidadania e Segurança da Câmara de Vereadores realizou nesta quinta-feira (13) uma reunião aberta para discutir a superlotação nos abrigos municipais. Participaram do encontro a Presidente da Comissão Vereadora Ana Corso/PT, a Promotora da Infância e Juventude Adriana Diesel Chesani, a Presidente do Comdica Rosane Marques Ramos, a Presidente da FAS Maria de Lourdes Fontana Grison, a Diretora da Infância e Juventude Miriam Nora, a representante do Conselho Tutelar Macro Região norte Terezinha Pescador Andreaza, o representante do Conselho Tutelar Macro Região Sul Paulo Roberto Borges, o Presidente do Sindicato dos Funcionários Públicos Gustavo Ruivo e o Vereador Mauro Pereira/PMDB. Ana Corso/PT iniciou o debate ressaltando a atual situação dos abrigos caxienses. “Toda a rede, promotoria e entidades tem que estar em sintonia para alcançar os pressupostos essenciais para o retorno deste jovem e desta criança abrigados aos seus lares. Não queremos mais abrigos. Queremos soluções. Sabemos que grande parcela destas crianças são abandonadas, mas muitas famílias tem problemas que devem ser solucionados e eles devem ser auxiliados. Nosso objetivo com esta reunião é detectar soluções para os problemas existentes”, enfatizou. O Presidente do Sindicato dos Funcionários Públicos Gustavo Ruivo mencionou as condições de trabalho dos educadores sociais. “Nos preocupa a capacitação do funcionário público nas condições que ele se encontra para realizar o exercício de suas funções. Mediar conflitos e distribuir espaço é a função do educador social quanto mediador das relações. Todo cidadão quer que a política pública encontre seus objetivos finais”, ressaltou. O Conselheiro Paulo Roberto Borges falou sobre a importância do contato prévio com a família das crianças e jovens antes de se recorrer ao abrigamento.”Somos rés conselheiros. Tem vários casos que atendemos individuais. Esgotamos todas as alternativas antes do abrigamento”, defendeu. “No Estatuto pobreza não é motivo para abrigamento. Nós temos encaminhados estes casos para a FAS, para a habitação”, destacou a conselheira Terezinha Pescador Andreaza. E concordou com seu colega: “O abrigamento é sim constante pauta em nossas reuniões. E o consideramos medida excepcional”. O Vereador Mauro Pereira/PMDB que esteve na Casa Abrigo Sol Nascente descreveu as condições em que se encontram as crianças. “Caxias vem crescendo muito. E nós não podemos tapar o sol com a peneira. Nós estivemos naquele local e vimos as condições em que os servidores tem que trabalhar. A demanda é de fato muito grande”, concluiu. “Esta é a primeira vez que a comunidade se reúne para discutir políticas públicas sobre crianças e adolescentes. Finalmente está sendo dada a devida atenção para esta questão”, elogiou a Promotora da Infância e Juventude Adriana Chesani. Ela mencionou algumas medidas que já foram tomadas com relação ao caso.”O Ministério Público acompanha o Sol Nascente há dois anos. Tivemos casos de grupos de irmãos separados porque aqui as crianças são divididas por idade. Eu insisti para que mudássemos isso. Houve também aumento do número de funcionários e qualificação dos mesmos. Infelizmente este ano estava mais superlotado do que nunca. O ideal não é a criação de novos abrigos. Temos que encontrar outras soluções. O que se vê é pobreza aliada a negligência das famílias”, declarou. A Presidente do Comdica Rosane Ramos sugeriu a criação de um seminário para facilitar a comunicação entre os diversos setores envolvidos com a problemática. "Caxias tem progredido muito nesta área. O abrigamento tem que ter tempo mínimo para ocorrer, o que permite as entidades se articularem para o retorno destas famílias aos seus lares. Entendo que a rede, apesar de ter vários programas destinados ao tema, carece de vagas. E acredito que se faça necessário um seminário buscando um diálogo mais próximo entre a saúde, a educação e a assistência social. Hoje, infelizmente, buscamos crianças para as famílias e não famílias para as nossas crianças", lamentou. A Diretora da Infância e Juventude Miriam Nora relatou o constante trabalho realizado nesta área. “É um trabalho constante feito há muito tempo. Estamos preocupados sim com a política pública. Uma vez por mês a rede de atenção a criança e ao adolescente se reúne e discute possíveis soluções”, explicou. Concluindo a reunião, a Presidente da FAS Maria de Lourdes Grison concordou com as explanações anteriores e elogiou a equipe que trabalha na Casa Sol Nascente. “Todos nós somos da opinião que a última alternativa é o abrigamento. Não concordo quando criticam a equipe técnica do Sol Nascente. É uma equipe competente sim, responsável e que dá conta do seu trabalho”. Fonte: Câmara Municipal.