26.7.10

BR 116: ASSUNTO ABORDADO POR FRIZZO EM PLENÁRIO REPERCUTE EM PRIMEIRA PÁGINA DE JORNAL APÓS AUDIÊNCIA PÚBLICA.

FONTE: JORNAL PIONEIRO 24/07/2010
RETRATO DA SATURAÇÃO
O trânsito no trecho urbano da rodovia federal que corta Caxias do Sul está cada vez mais problemático. Especialistas e usuários da estrada são unânimes: algo precisa ser feito. No entanto, o empurra-empurra das autoridades indica que a situação vai se arrastar e piorar Caxias do Sul – Os usuários do trecho urbano da BR-116 têm experimentado diariamente as consequências do jogo de empurra entre as autoridades no que diz respeito à responsabilidade de conservação da rodovia. Enquanto isso, motoristas e pedestres sofrem com congestionamentos e acidentes ao longo dos 12 quilômetros entre os bairros Ana Rech e Santa Corona, do Km 142 ao Km 154. A opinião é unânime: a situação está insustentável.
– A saturação é incrível – resume o chefe da 5ª Delegacia da Polícia Rodoviária Federal (PRF), inspetor Leandro da Silva Lins Baía.
A afirmação é baseada na média de 42 mil veículos que cruzam o trecho todos os dias. De acordo com dados da PRF, somente no primeiro semestre deste ano foram registrados 132 acidentes, incluindo nove atropelamentos e uma morte.
– A comunidade está sentindo os problemas. Acho que faltou visão há 50 anos, quando a BR foi construída. Claro que ninguém sabia que Caxias iria explodir. A 116 foi o grande trunfo para o desenvolvimento da cidade – reflete o subprefeito de Ana Rech, Hélio Dall’ Alba.
Na última segunda-feira, Dall’ Alba foi um dos cerca de 40 participantes de uma audiência pública promovida pela Comissão de Desenvolvimento Urbano, Transporte e Habitação da Câmara de Vereadores. No encontro, a população apresentou propostas para melhorar o tráfego na rodovia, entre elas a implantação de passarelas para a segurança dos pedestres, a reformulação de trevos e a criação de rotas alternativas. Pelo menos cinco pontos são apontados como os mais críticos: as entradas aos bairros Ana Rech, Serrano e Planalto, o acesso à Universidade de Caxias do Sul (UCS) e o trecho que atravessa o bairro São Ciro.
– A BR é por onde passa todo o PIB (Produto Interno Bruto) caxiense. A situação é caótica – reforça o vereador Mauro Pereira (PMDB), presidente da comissão.
As sugestões, no entanto, são apenas o início de um processo que esbarra no embate entre os governos estadual e federal quanto à gerência da via. O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) alega não realizar intervenções na BR por se tratar de trecho concessionado ao Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer) desde 2000. O órgão estadual, por sua vez, argumenta ter devolvido a estrada à jurisdição da União em agosto de 2008.
Outro elemento importante é o fato de o trecho que atravessa o perímetro urbano estar incluído entre as responsabilidades da concessionária Convias por meio de um termo aditivo quando da renovação do contrato do polo de pedágios de Caxias, que inclui as praças de Vila Cristina, Farroupilha, São Marcos e Flores da Cunha, em novembro 2000. Porém, de acordo com a empresa, as atribuições se limitam a reparos, como operações tapa-buracos, roçadas e reforço na sinalização.
– Não é responsabilidade da Convias realizar grandes obras – afirma o gestor de engenharia da empresa, Denis Yurgel.
O mesmo argumento é usado pelo secretário municipal de Trânsito, Transportes e Mobilidade, Jorge Spinelli Dutra. Ele diz que a prefeitura faz a sua parte sinalizando as entradas dos bairros.
– A BR tem boa estrutura. O que tranca são os trechos próximos às intercessões de acesso aos bairros, por isso damos atenção onde o trânsito interno impacta na operação da rodovia – argumenta Dutra, citando a instalação de semáforos nos cruzamentos para regular o tráfego.