30.5.07

VEREADORES REPUDIAM CONIVÊNCIA DE SENADORES COM ESCÂNDALO POLÍTICO

Elói Frizzo/ PPS comentou denúncias que envolvem o presidente do Senado, Renan Calheiros/PMDB. Na Sessão Ordinária do dia 29, o Vereador Elói Frizzo/ PPS discursou sobre as declarações recentes do presidente do Senado, Renan Calheiros/PMDB. Frizzo definiu a Sessão de ontem no Senado Federal como: “O supra-sumo da hipocrisia ao quádruplo”. Depois de discurso explicando denúncias a seu respeito, Calheiros foi abraçado e parabenizado pelos colegas de Senado. “O Senado não cumpre função nenhuma, é um espaço elitizado. Todos sabemos da relação incestuosa da política realizada em Brasília, dos políticos com as empreiteiras. Renan Calheiros meteu a mão na grana do Estado, porque a grana das empreiteiras é a grana do Estado; é o dinheiro que deveria reverter em serviços para a população. Para todos os senadores terem ido bater nas costas do Renan, depois do discurso só tem uma explicação: se este caso for investigado a fundo, a relação dos políticos com empresas privadas vai aparecer. Então, me parece que ninguém se salva. Vendo as imagens eu pensei: Chama a polícia, e salve-se quem puder’”, desabafou Frizzo. Unindo-se ao colega, o Vereador Deoclecio da Silva/ PMDB comentou que todos sabem quem é Renan Calheiros, e manifestou repúdio à conivência dos demais Senadores. “O que me revolta é essa solidariedade absurda diante de um ato de corrupção. Temos que ficar do lado do que é certo, pelo que ele fez deve ser caçado. Mesmo sendo o quarto da hierarquia do governo federal, mesmo sendo do PMDB. É um absurdo essa encenação toda de parte do Senado Federal. Não dá pra mais uma vez sucumbir depois de todas as denúncias. Eu diria que é uma falta de vergonha e de caráter de alguns políticos, mas afirmo que não podemos colocar todos numa vala comum”, destacou Deoclecio. A Vereadora Ana Corso/ PT acrescentou que justamente por Renan ser presidente do Senado é que não se pode deixar impune. “Tem um projeto de minha autoria tramitando na Congresso para a redução do mandato do Senado de 8, para 4 anos. Não podemos deixar barato, para que ele saia da presidência do Senado”, reforçou Ana. Entrando no debate, o Vereador Felipe Gremelmaier/ PMDB disse que a maioria dos senadores estão indiferentes as denúncias, exceto um. “Só ouvi uma voz em Brasília que quer que ele seja ouvido pela comissão de ética, a voz de Pedro Simon. Os abraços que Renan recebeu resumem esta história toda”, comentou Felipe. O Vereador Pedro Incerti/ PDT fez coro aos colegas indignando-se com as denúncias. “É de se lamentar a situação que vive o nosso país. É de chorar estas notícias, essas informações que acompanhamos na imprensa. Fica a nossa esperança por dias melhores de moralização na política, mas com essa legislação frouxa que existe, onde todo mundo rouba e ninguém é preso, fica difícil”, se queixou Incerti. Reforçando as falas dos colegas, o Vereador Francisco Spiandorello/ PSDB ressaltou que o Brasil possui 14 mil juízes, apesar desse número o Judiciário é lento. “Um processo desse porte vai rolar uns 12, 15 anos. Quando o caso é de corrupção na política deveria ser um dos primeiros a ser julgado. Na maioria das vezes tem denúncia, tem a comprovação e falta o julgamento”, alertou. Encerrando a discussão Frizzo lamentou que infelizmente é por causa de escândalos como estes que a população já não diferencia mais os bons dos maus e fica revoltada com a política.