18.1.08

"NESTES ÚLTIMOS 40 ANOS NOSSA REPRESENTAÇÃO EM BRASÍLIA É AUSENTE"

Fonte: Gazeta de Caxias
O Presidente da Câmara de Vereadores, Elói Frizzo (PSB), está garantido que a Câmara de Vereadores, sob sua presidência não será mais apenas coadjuvante quando se trata dos grandes temas caxienses, de suas reivindicações junto a esferas governamentais. “Não seremos mais apenas coadjuvantes, mas ativos, inclusive acertamos com o novo presidente da CIC, Milton Corlatti, um trabalho de parceria com a entidade para juntos tentarmos buscar soluções para muitos de nossos problemas de infra-estrutura”. Frizzo salienta que é necessário se fazer algo. Ele critica a falta de representatividade política em Brasília, e empenho, tanto na Câmara Federal como no Senado nestes últimos 40 anos, notadamente quando se trata de obter recursos para investimentos na infra-estrutura de Caxias, lembrando que em termos de esgotamento cloacal, por exemplo, Caxias continua vivendo uma situação lamentável. “Não temos esgoto cloacal”, observa. “Precisamos 35 anos para concluir a Rota do Sol, a construção do novo aeroporto é um parto, o trem regional não sai do papel, entre outros”, destaca.Frizzo faz uma ressalva, porém, elogiando o trabalho dos atuais deputados federais, Pepe Vargas (PT) e Ruy Pauletti (PSDB), que, segundo ele, têm promovido algumas ações articuladas em prol de Caxias do Sul, esquecendo as diferenças ideológicas, como foi a inclusão no Planoplurianual, do governo federal, com recursos de R$ 100 milhões para a construção do novo aeroporto regional.
Parceria
O presidente da Câmara destaca “que Pepe e Pauletti têm demonstrado muito interesse em encaminhar soluções para alguns dos nossos problemas. O Pepe, que foi prefeito de Caxias durante oito anos os conhece profundamente, e o Pauletti, como reitor, também. Eles têm feito uma parceria unindo forças quando se trata de buscar recursos para Caxias, o que eu acho excelente e digno de todos os elogios da comunidade, porque estão deixando de lado suas diferenças de ordem ideológica para juntos buscarem recursos para Caxias, que é, na verdade, uma das obrigações de um deputado estadual ou federal, especialmente este último por estar mais próximo do poder central e dos recursos”.
Recursos
Frizzo foca, especialmente, que na sua visão “é fraca a participação dos senadores caxienses Pedro Simon (PMDB) e Paulo Paim (PT) porque ao longo dos anos nada de prático encaminharam sobre liberação de recursos que pudessem resolver os graves problemas de infra-estrutura de Caxias, as tentativas ficaram sempre com o poder público, através da elaboração de projetos com contrapartida que pudessem lhe trazer empréstimos”.
“O Simon e o Paim só vêm a Caxias em época de eleição”
O presidente da Câmara ressalta “que Simon e Paim são meus amigos, mas lamentavelmente, eles só vêm a Caxias em época de eleição, os temas preferenciais deles no Senado são os temas nacionais como é o caso do senador Paim, que busca, reconheço, soluções elogiosas sobre a questão dos trabalhadores e aposentados, mas quando se trata de Caxias há uma grande ausência.”
Omissão
O presidente da Câmara destaca “que em relação a Simon, com exceção do tempo em que foi governador, quando retomou as obras do Rota do Sol e a do Hospital Geral, como parlamentar em Brasília, há uma grande omissão quando de trata de Caxias. O Simon, que é um grande orador, tem se destacado mais pelos seus inflamados discursos, mas quando se trata de Caxias também há grande vazio”.
Promessas
Frizzo não poupa também os parlamentares que representaram Caxias em Brasília nestes últimos 40 anos, muitos deles afastados da política há muitos anos, “todos eles meus amigos, grandes oradores, mas de concreto nunca se viu uma atuação mais incisiva para buscar recursos que pudessem trazer a Caxias soluções para seus graves problemas. Nunca conseguiram levar adiante reivindicações, sempre ficavam nas promessas, nos discursos, mesmo que o nosso município seja um dos que mais arrecada aos cofres públicos”.
Ausências
O Vereador caxiense lembra que mais recentemente, Germano Rigotto (PMDB), quando deputado federal, chegou a ser líder do governo FHC, também pouco obteve para Caxias. Como governador não se pode negar que ele se empenhou, podemos pegar o exemplo da Rota do Sol, do presídio, mas como deputado, a exemplo dos demais, houve também uma grande ausência. Como também foram ausentes alguns ministros durante o regime militar, nascidos em Caxias, que tiveram participações pífias quando se tratava de atender às reivindicações caxienses”.
Migalha
O presidente da Câmara acha um absurdo o baixo retorno que Caxias tem dos cofres públicos por tudo que arrecada. “Estou coletando dados para ver qual é efetivamente a nossa arrecadação e quanto é o retorno que temos. O que eu sei é que acaba sendo uma migalha, porque se houvesse um retorno mais justo Caxias teria, com estes recursos, se fossem geridos pela prefeitura, condições de encaminhar as soluções dos nossos problemas”. Ele dá como exemplo os R$ 200 milhões arrecadados em dez anos pelas quatro praças de pedágio do Pólo da Serra. “Com este dinheiro o prefeito Sartori poderia asfaltar cerca de 400 quilômetros de estradas”.